quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

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Galera, só para situá-los: recebi um comentário no poema "Animal", e a resposta, além de um pouco extensa, ultrapassa o sentido do poema. Resolvi, então, postar aqui, como um texto novo, para quem se interessar.
Lá vai:





Caros Silvia e André,

Bem... Também vai ser difícil de responder. Vamos por partes, como diria tio Jack.
Gosto quando dizem que surpreendo. Se é verdade, um dos meus objetivos mais comuns é alcançado. Que bom, então!
Acredito que a vida é feita de muitas variáveis, talvez infinitas. Uma delas é a paixão. Sempre há paixão na minha vida. Por alguém, por uma idéia, pelo que houver. Há algum poema meu, o "Soneto de um Coração", que fala disso.
Pois é... entre pernas e bocas, há muito mais do que somos capazes de ver num primeiro olhar. E além de qualquer traço anatômico, está o que há de mais maravilhoso no ser humano: fica a seu cargo descobrir, pq varia e pessoa para pessoa!
Agora, a parte mais difícil. Eu escrevi, sim, que posso escrever, e até afirmar categoricamente, defender uma idéia com a qual não concorde. Se fosse mentira, e eu não achasse isso, eu estaria necessariamente contrariando a minha convicção, não? Costumo dizer que a melhor forma de me conhecer, hoje em dia, é ler o meu blog. Mas é preciso ler nas entrelinhas, às vezes. Sendo minha opinião ou não o que eu escrevo, sempre sai da minha mente, não? Mas grande parte do que eu digo realmente faz parte da minha opinião. Só não tem graça eu dar o ouro todo ao bandido assim. Desvendem-me!
70 personalidades?!?! Uau! Costuma ser difícil eu elaborar uma diferente da minha, e comemoro quando consigo. Espero que eu chegue lá. Mas, sim, considero-me um escritor. Não como um título: "Oh! Ele é um escritor!!!". É mais uma definição do que eu faço. Os falantes da língua inglesa tem uma frase que acho curiosa: "this is what I do", ou "that's what people do", e outras variações. Eu sou escritor, porque escrever é o que eu faço. Se faço bem ou mal, isso é outra estória. Faço o meu possível, dou de mim o melhor, e o resto é com o respeitável público, porque a arte só tem sentido se for mostrada. Tem algum texto meu dizendo isso, por aí...
Querem saber se podem confiar nos meus textos? Sim, confiem! Mas desconfiem...


Pablo de Araújo Gomes

2 comentários:

  1. Creio que posso, atrevidamente,tomar as palavras pra mim. Não raro recebo comentários sobre como me desnudo com a caneta. Nem sempre é verdade. Às vezes (muitas por sinal) desnudo terceiros. O engraçado é que eles não percebem. Ao menos não na primeira leitura.
    Pois bem, I believe that's what we do, sir writer!
    Desnudamos os outros, que acabam nos vendo nus. E se distraem da sua própria nudez...
    Que assim seja, então. Nus sempre. Cegos e mudos nunca!

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    1. "Olhem, ali! O Rei está nu!", disse um garoto, no auge de sua inocência. E, assim, expôs a hipocrisia de todos os que lhe cercavam, que fingiam ver a roupa imaginária do rei. E, assim, expôs a verdadeira nudez do rei, não a da falta de vestes, mas por ter exposto sua incauta arrogância, pois foi o primeiro a fingir que cria vestir-se...

      Escritores podem escrever sobre qualquer coisa. Os que falam de pessoas desnudam-nas categoricamente... eventualmente, como o menino da história, expõem o que ninguém quer ter de si exposto. Mas, às vezes, o fazem de forma tão mágica, que estão mais para o alfaiate que fingiu ter costurado uma roupa especial. Ofício curioso, esse! E é o que nós fazemos...

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Sua sinceridade é o meu maior trunfo! Então comentem com vontade. A moderação dos comentários objetiva, apenas, garantir que eu não fique sem os ler, um por um! Obrigado!
Pablo de Araújo Gomes