sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Miserável

É incrível a capacidade humana de ser miserável! Não me refiro à miserabilidade de pobreza. Esta é a condição intrínseca que nasce conosco: nascemos pobres, mesmo que em berço de ouro, e eventualmente não vivemos na pobreza; a prova é que é muito fácil te tirar tudo que tens, num estalar de dedos, pois nada te pertence... Mas lá vou eu, como sempre, em delongas! Eu dizia que o homem (gênero humano, sim?) pode ser muito miserável, no sentido de ser cruel e desprezível. Ah, isso, sim...
Aliás, repare como conseguimos personificar a própria Lei de Murphy: se você puder ser mau a um desafeto, mau você será, e da pior maneira possível! Estou mentindo? Não creio. Deixe idéias hipócritas para fora deste debate, assuma o seu verdadeiro eu, pois ninguém está lendo seus pensamentos!
Há infindáveis exemplos capazes de comprovar o alto grau de miserabilidade humana! Eu, mesmo, quantas vezes submeti formigas de espécies diferentes a outros formigueiros (principalmente se fosse um formigueiro de formigas-de-ferro), somente para comprovar, mais uma vez, com rigor científico que ela seria capturada e morta pelas sentinelas da colônia?
Aliás, esta pequena crueldade ainda tinha um fim científico. Tenho pena dos pintinhos da ingênua vizinha de meu pai (séculos atrás, quando ele era um moleque muito criativo, lá pelos seis anos). Ingênua, porque atribuía o desaparecimento dos filhotes de sua galinha à ação de uma suposta raposa, cobra ou outro animal dado à rapina. Era o sacana do meu pai que, para incrementar o pequeno "cemitério de pintos" que "administrava", matava mais um. Ainda bem que pintos, aqui, não se trata de um eufemismo! Valei-me!
De fato, estes dois últimos exemplos podem sugerir que o problema seja de família. Eu percebi. Para me redimir, sugiro que observem as conversas de banheiro das moçoilas, que para lá não vão desacompanhadas: "Você viu o vestido da Joana, que coisa R-I-D-Í-C-U-L-A?!?!", ou "Meu Deus, Mário não se enxerga, mesmo!! Você viu ele dando em cima de mim?". Não menos cruéis que as mulheres (cujos piores pensamentos não tive coragem de revelar, se é que os piores que eu conheço são realmente os piores), há também inúmeros ditadores na história da humanidade: quem não ouviu falar em Gengis Khan, crudelíssimo imperador mongol que assombrou o império Chinês e outros mais? Ou Hitler, que parece, certamente, com a sogra de alguém que você conhece? Ou, pior, Stálin, que conseguiu ser mais cruel que Hitler, talvez quase tanto quanto aquela ex-namorada de um amigo seu... Enfim... nada contra as garotas. Por favor, não se ofendam... Eu só queria mostrar que não estou sozinho com meus parentes neste negócio miserável. E é só.
É melhor eu parar por aqui. Acho que me fiz entender, e quanto mais eu falo (escrevo), mais me comprometo. Até a próxima, se eu for capaz de sobreviver à miserabilidade humana!

Pablo de Araújo Gomes, 2 de Outubro de 2009

Um comentário:

  1. Afora a alusão ao "cruel matador de pintinhos" (sem eufemismos, graças a Deus!), o texto está legal... e cruel, também, pois mais parece que você, além de criticar, cupliciar, enumerar, você também num misto de Algoz e presa, diverte-se com a crueldade humana.

    Muito bom - repito - sem deixar de ser cruel por si mesmo.

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Sua sinceridade é o meu maior trunfo! Então comentem com vontade. A moderação dos comentários objetiva, apenas, garantir que eu não fique sem os ler, um por um! Obrigado!
Pablo de Araújo Gomes